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práticas pedagógicas

graduação artes visuais (2023-24)
faculdade de educação e artes, Univap

De agosto de 2023 a dezembro de 2024, tive a chance de dar aulas para o curso de Licenciatura em Artes visuais na Faculdade de Educação e Artes da Univap. Eu planejava ao menos acompanhar a turma com que comecei esse projeto formativo se dedicando aos seus trabalhos de conclusão de curso, quando teria a chance de orientá-los. Infelizmente, o projeto foi interrompido no meio sem muitas explicações. Felizmente, deu tempo de nos despedirmos da mesma maneira afetuosa com que demos início às nossas pesquisas juntos.  

Para começar, eu queria apresentar o último projeto a que me dediquei, em pareceria com a aluna Maísa Montini. Para comemorar seus 60 anos de funcionamento, a equipe da biblioteca nos convidou para pintar um mural-celebração. Nos sugeriram compor uma paisagem que entrecruzasse nossos universos poéticos e literários favoritos, habitados por seres mágicos e situações oníricas. Eu já admirava muito a postura da Maísa em sala de aula e acompanhava seus trajetos fora dela como muralista e a convidei porque sabia que, além de dividir sua experiência técnica com o grupo, estaria disposta a refletir sobre as poéticas de nossos gestos. Começar recuperando essa ação é como deixá-los em alerta de que vão encontrar muitas relações com a literatura de ficção em todas as disciplinas que ministrei. Eu e Maísa preparamos, com muito carinho, um vídeo explicando como foi o processo de criação coletiva.

biblioteca

dar um passo para trás

procurasememoria

Agora, eu gostaria de resumir as investigações que inaugurei em cada disciplina que ofereci nesse período, destacando as práticas pedagógicas que mais me marcaram, e as que ainda tenho desejo de seguir testando. Em Teorias e práticas curatoriais (72h) e Projeto expositivo (72h), investigamos a noção de curador como autor que provoca iniciativas. Compreendendo a virada histórica da contemporaneidade em que a instituição deixa de ser espaço de apresentação das coleções públicas e passa a ser lugar discursivo de produção de conhecimento, à medida que localizamos historicamente curadores brasileiros e testamos traços das dinâmicas dos circuitos de que fizeram parte. Compreendendo a prática expositiva como um exercício poético de diálogos transdisciplinares e mobilizadores de coleções, foi no tempo como lugar compartilhado dessas disciplinas que mergulhamos no projeto Procura-se memória. 

procura-se memória

Em Laboratório integrado de práticas artísticas (72h) e Processos de criação (36h, eletiva), partimos de pistas de nossos processos para desmontarmos nossas metodologias de criação. O laboratório foi organizado em ateliês de experimentação de cruzamentos entre linguagens artísticas, e acabamos nos demorando mais em práticas caligráficas de escrituras, que influenciaram nos formatos de nossos registros. A eletiva proporcionou um mergulho mais profundo na produção de cenas que recuperavam os desejos de criação e projetavam a continuidade de nossas pesquisas. Lemos juntos as provocações de Jorge Larrosa sobre a escrita acadêmica e ensaiamos formas de expandir o campo da pesquisa em artes.  

 

A disciplina de Estética (36h) foi bem desafiadora porque me propus a estudar autores do campo da filosofia que percebem os atos estéticos como configurações da experiência artística, propondo modos de sentir mobilizadores de novas subjetividades políticas. Refletindo sobre a necessidade imprescindível de decolonizar a noção de “estética” e da redistribuição da potência de sentir (afetar e ser afetado). Essa também é uma disciplina que eu tinha vontade de ensaiar mais e mais vezes, até que praticássemos a aiesthesis reabilitada como um vetor de torção de nossas relações (Mignolo).

 

Para disciplina de Modelagem tridimensional (36h), eu imaginei que, a partir da desfiguração progressiva de nossos autorretratos, pudéssemos forjar a compreensão plástica de um corpo em suas dimensões desfigurado, bem como a paisagem que ele ocupa. Depois de lermos A metamorfose de Kafka juntos, praticamos uma série de exercícios de transgressões do antropomorfismo apoiando-se nos dilaceramentos de Georges Bataille. Antes de mais nada, o homem perde a cabeça, como o imaginário de um corpo impossível que Eliane Moraes recompôs. Os alunos modelaram possibilidades de substituições para essa cabeça que a deslocassem do centro racional do homem moderno. Essa é definitivamente uma disciplina que ainda gostaria de recriar, mesmo que em formato de oficina. Sobraram muitas leituras a serem feitas com maior profundidade que hoje ocupam fisicamente a minha estante, como A semelhança informe, de Didi-Huberman e Os cantos de Maldoror de Lautréamont, que eu gostaria de estudar em coletivo.

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​e se a gente abrisse uma das janelas da sala de aula e, vindo com a corrente de ar, um inseto monstruoso pousasse sobre a sua imagem e não arredasse dali?

e se pela janela atirassem uma maçã, que fincada por muito tempo nas costas da sua obra, apodrecesse junto com o entorno inflamado, totalmente encoberto por uma camada fina de poeira?

e se a gente abrisse uma janela bem no meio do seu autorretrato, e por ela entrasse cada fragmento de eu que você limpou e pousasse bem em cima da imagem organizada que construiu pra si?

e si?

e se por ela invadisse tudo que escapa, goteja, dobra-se, curva-se, se retrai, expande-se, corta, fere, fede... incrustasse na sua pele e desfigurasse progressivamente o que você programou pra ser seu autorretrato?

​O que você acha que saltaria do seu diário se você registrasse sua relação com as mídias sociais durante uma semana?  O meu eu escrevi quando meu pai estava internado na UTI, se recuperando de uma cirurgia cardiovascular. A imagem de um homem de quase dois metros de altura, naquela cama, miúdo, grudou no fundo do meu olho. Desde então, tudo que eu vejo tem por cima a imagem dele como uma projeção transparente. Eu rolaria o feed do meu Instagram por horas, para ver se o acúmulo dessas imagens alheias preenche meu globo ocular e perfura de vez essa transparência (...) Mas o que realmente acontece, é que ela vai sendo empurrada cada vez mais para o fundo. Assumo que quando ela for definitivamente deslocada para o avesso do olho, vai ser como se ela tivesse nascido comigo.​​

A disciplina de Arte contemporânea (36h) era como a coluna vertebral das matérias que ofereci. Revisitei quatro vezes a disciplina e cada vez que repetia, mais sentia a necessidade de dar espaço para o corpo de fato vivenciar o tempo por suas rememorações e devires simultâneos, por sua condição dilatada e se perceber enquanto medida da duração do encontro. Apostando que, a partir de uma noção espiralar do tempo (Leda Martins) incorporada, os paradigmas da arte contemporânea poderiam ser apresentados como vetores de forças numa história que não é linear, nem sequencial como somos ensinados na escola. Essa relação outra com o tempo pode abrir espaço para outros saberes, produzir deslocamentos e nos aproximar de um chão território de encruzilhadas. Por isso a insistência em abrir a disciplina reperformando o Caminhando de Lygia Clark, produzindo diálogos dramatúrgicos sobre o tempo depois de fabular nossos cortes ativos nas fitas de moebius projetados na superfície topográfica do mundo (Rolnik); de confeccionar colares ancestrais a partir das coreografias côncavas e convexas de nossas contas colecionadas; e de experimentar a derrubada da tela e as tensões entre as artes visuais e a dança a partir da obra da coreógrafa Trisha Brown (lida por André Lepecki).

O que mais marcou o desejo da disciplina de Espaço e corpo (72h) de perceber o corpo como uma construção social e buscar alternativas para sua politização, foi a leitura conjunta de As cidades invisíveis, de Italo Calvino. Montei um campo de ação com os tatames disponíveis na sala de ginástica, e pedi para que imaginassem um tabuleiro de xadrez onde iam dispor os objetos que trouxeram em seus alforjes, um em relação ao outro, sobre o pavimento de maiólica. Sobre os azulejos brancos e pretos, deslocamos conchas outrora habitadas, pedras preciosas, abismos, estendemos fios vermelhos com movimentos estudados e improvisados, tentando representar aos olhos do monarca as vicissitudes de nossas viagens, o estado do império, e as prerrogativas de remotas capitais da província. O que mais me emocionou nessa experiência foi notar que os alunos estavam tão apropriados da leitura, que foi possível nos reunirmos em uma mesa-atlas para tentarmos adivinhar quais tinham sido as cidades escolhidas por cada um. Depois de expressarem uma primeira representação da cidade, pedi para que pensassem em maneiras de convidar o outro para viver a experiência de atravessá-las.

Um exercício que eu gosto de repetir é inspirado na cidade de Ercília, onde os habitantes estendem fios para estabelecer ligações que orientam a vida da cidade. É inspirado ainda na cidade Zaíra, feita das relações entre as medidas do seu espaço e os acontecimentos do passado. Fizemos um exercício de chegada para despertarmos nossas atenções para microeventos do corpo através da manipulação de uma corda, aquecendo nossas articulações, marcando nossas medidas com nós até nos compreendermos como um corpo expressivo que podia dividir suas medidas com o outro. Procuramos por nossas medidas nos parceiros, e com esses parceiros, nossas medidas no mundo lá fora. Com um lápis de olho, registramos a experiência dessas medidas na nossa pele. Tiramos uma foto desse detalhe do corpo e começamos a leitura das histórias de Marco Polo com o corpo marcado pelos fios que restaram.

corpocapaz

o que você gostaria que seu corpo fosse capaz de fazer?

Estudamos juntos a terceira parte, intitulada “Disciplina”, do Livro Vigiar e punir de Michel Foucault para compreendermos coletivamente os regimes que constroem o corpo e sua realidade biopolítica. Tiraram autorretratos tentando responder “O que gostariam que seu corpo fosse capaz de fazer?” e dividiram suas motivações com a turma. Com a intenção de aproximar o corpo dos desejos, pedi para que fizessem uma colagem que ultrapassasse os limites físicos. A ideia é que, a partir dessa inspiração espontânea, os alunos tentassem realizar séries fotográficas sem edição. 

A ideia central da disciplina de Narrativas audiovisuais (72h) era compreender o vídeo não só com uma tecnologia de características pré-estabelecidas, mas como um lugar de tensão que opera transformações em outros campos da arte, baseado no livro Extremidades do vídeo de Chirstine Mello. Trabalhamos na fronteira entre o vídeo e a performance, entre o vídeo e o corpo, entre o vídeo e a dança, e entre o vídeo e o documentário. Nesses lugares limítrofes, o acordo inaugural dessa disciplina foi estabelecido a partir da experiência de Diálogos da Lygia Clark. Depois de usar óculos bidirecionais acoplados ao rosto de duas pessoas, com espelhos que fragmentam a experiência espacial e o encontro com o outro, testamos escrever sobre a experiência dividindo um elástico em fita de moebius, o mesmo que Lygia Clark dividiu com Oiticica.

aniversario

memórias inventadas de aniversário

Foi também durante essa disciplina que convidei o Douglas Reis para conduzir uma oficina que imaginei a partir de suas reflexões em sala de aula. Memórias inventadas de aniversário propunha a montagem cenográfica de uma festa de aniversário fictícia ou imaginada, produzida a partir dos vestígios das memórias dos aniversários de infância dos participantes. Cada um trouxe uma foto de aniversário de sua infância e partilhou detalhes sobre ela com a turma, provocados por Douglas a dizer mais sobre os personagens das fotos, os contextos em que foram tiradas, até que encontrassem paralelos entre os relatos. Depois da partilha coletiva das memórias, montamos juntos a cenografia para uma festa de aniversário, em que as superfícies da decoração se tornaram suporte de pintura e os materiais que a enfeitavam, esculturas de memória. Pintamos e modelamos as imagens das histórias que mais nos atravessaram e decoramos as lacunas da festa com elas. No fim, pedi para que levassem uma parte da festa para casa, como quem leva um pedaço de bolo ou uma lembrancinha, e que procurassem o melhor lugar para guardar essa porção do evento vivido. Gesto que equivaleria a pensar sobre como registrar diariamente a experiência em sala de aula nos cadernos de artistas e portfólios que foram avaliados no final de todas as disciplinas que ofereci.

Em Cenografia e instalação (72h) revisitamos discussões históricas que afirmam a construção de uma teatralidade expressa em sua dimensão perfomativa para que os alunos testassem criar dispositivos capazes de afetar o corpo e provocar situações. O acordo inaugural dessa aula foi tocar a experiência de estruturação do self, de Lygia Clark de forma mais coletivizada, como uma vez Elisa Band conduziu um exercício para escutarmos os rumores de mundo no corpo. Os alunos trouxeram materiais que fossem capaz de causar alguma sensação na pele e montaram seus próprios objetos relacionais a partir de suas combinações (e sem conhecer com profundidade a referência original do exercício, pela intuição). Pedi para que quem estava deitado imaginar-se em um quarto branco que aos poucos fosse atravessado pelas sensações, supondo que isso pudesse espacializar o exercício e ainda criar uma dimensão para o desenho-registro da experiência.

antiexposicao

Decupei algumas das operações do encenador Tadeusz Kantor e transformei-as em exercícios para que pudéssemos experimentá-las na prática. Primeiro, nos dedicamos a pensar um objeto de categoria inferior, tão trivial que poderíamos jogar na lixeira ou no ferro velho. Depois, em um interesse repentino despertado por qualquer coisa mínima, uma distração. Em sorteio, o objeto foi combinado ao corpo de um ator/atriz  que realizava a ação ou ao corpo de um manequim de loja construído à semelhança da figura humana. Queria que tivéssemos mais tempo para ensaiar esses desenhos em nossos corpos. No fim da aula, pedi para que decidissem coletivamente algo que poderiam embrulhar na faculdade e resolveram por um bebedouro com pouca pressão. Mais tarde, os alunos sugeriram de ampliar gesto como forma de participar da exposição coletiva no terceiro andar.

embalagem para uma antiexposição

Os textos de Renata Felinto foram disparadores para estruturar a disciplina de Arte Brasileira (36h), especialmente porque tratava-se de um curso que forma professores. Num movimento reantropofágico, era preciso enterrar o modernismo enquanto o mais importante movimento das artes visuais no Brasil, discutindo o que significa praticar o decolonialismo em sala de aula, ao propor que as criações e biografias de artistas visuais negros e negras, indígenas e parte da comunidade LGBTQIAP+ sejam apresentadas paralelamente aos movimentos já estudados. Sugeri que lêssemos A paixão segundo GH para discutirmos a devoração. Em silêncio, terminamos de ler as 15 páginas finais em que GH de fato devora a matéria branca da barata. Sem comentar sobre o texto, carregados do peso da leitura, convidei os alunos para reperformarmos Baba antropofágica, da Lygia Clark. Com os carretéis dentro de nossas bocas, encharcados da baba que os mantinha dentro, criamos uma segunda pele fina sobre o corpo de Letícia. Depois da devoração, elevamos os fios-segunda-pele e colocamos ao lado de seu corpo, como um duplo de sua carne. Ainda em silêncio, pedi para que escrevessem uma carta para Clarice. A regra era apenas começar com o endereçamento, como testei um dia num laboratório de Escrita Escuta de Marília Librandi. Eu rascunhei o começo desse bilhete a partir da devolutiva dos alunos depois da experiência:

Clarice,

 

hoje eu partilhei você. não fui nem a barata, nem GH, mas o que resta. como uma criança que autoprovoca a ânsia quando enfia os dedos na boca, toda vez que escrevo repito o gesto de tirar a linha direto do meu estômago. a baba na linha é a palavra. não foi um ato único, mesmo aparentemente parada, Letícia estava se devorando a gente. talvez o nojo realmente seja neutro. enquanto vocês doavam a linha, parecia um sopro, como uma energia estática. de repente, escapava algo mais sólido de vocês. aquilo que não era meu caía quente na minha pele e depois esfriava – porque não era meu.

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cabana

cabana para discutir o público

Foi também nessa disciplina que erguemos no pátio do nosso andar uma cabana. Os lençóis e almofadas que trouxemos de casa para erguê-la estavam imantados de forças em direção a sua própria arquitetura. Erguemos um abrigo-potencial para discutirmos o público. Na primeira vez que testei a cabana, pedi para que as alunas de Práticas curatoriais a erguessem para que eu desse aula embaixo da mesma. Colocamos placas do lado de fora sinalizando aquilo que gostaríamos de reivindicar. Dessa vez, eu pedi para que, tornando o lugar confortável o suficiente para estadia (com almofadas e mantas), descansássemos sob a arquitetura pelo tempo total da aula (1h40min.), e nada além disso. Me apoiando em Óscar Cornago, rebati a pergunta ao grupo no nosso próximo encontro: o que sustentávamos juntos, a nível menos imediato, ao descansar no tempo que deveria ser o horário produtivo da aula? Público é essa noção coletiva do tempo, o próprio tempo partilhado quando não se passa nada? Eu tinha vontade que essas perguntas reverberassem nos alunos a ponto de construírem seus próprios abrigos. Propus que ao responder “que coisa pública vocês gostariam de resgatar?”, criassem bandeiras com as respostas, como princípios-parangolés que pudessem vestir o corpo dos seus próprios levantes. Cabe aos artistas oferecerem abrigos provisórios para o enfrentamento dessa violenta realidade sociocultural, dando tempo para o corpo se resguardar dos conflitos e, uma vez fortalecido, exercer forças de resistência e contrapropostas do possível para esse coletivo que se protegia. Se imaginarmos juntos a cabana envolvendo completamente a sólida instituição da Universidade, e tornando-a inteira um abrigo provisório, será que ela poderia, enfim, ser desprogramada?

agradecimentos

Eu queria agradecer especialmente a turma que conheci no seu segundo semestre e que, logo de cara, teve quatro disciplinas comigo. Quando soube que ia ser assim, fiquei com medo de não nos entendermos e, mesmo assim, sermos obrigados a conviver por quase a semana inteira. Mas o que vivemos juntos nesse ano foi um evento raro, quase como quem tem a chance de ganhar na loteria, ou ver uma estrela cadente. A gente viveu um intensivão dos nossos desejos partilhados, e eu sinto que sei tanto sobre vocês, quanto sabem de mim. Enquanto organizo essa página, e escrevo esse agradecimento, ainda não aprendi a me despedir. Uma vez abri uma pasta no nosso drive partilhado (ainda parece que estou escrevendo para vocês no sistema do ambiente virtual de aprendizagem, rs) e renomeei para “nossas buscas”. Eu sugiro que a gente encare nosso encontro como essa pasta eternamente em aberto, cada um ciente da busca do outro e caminhando a vida inteira alimentando as dúvidas sobre elas. Que bom que eu tive a ideia quase no fim do nosso tempo juntos (contornado pela instituição, claro) de chamá-los para ir ao cinema ver Ainda estou aqui comigo, para substituir a aula em que fui apresentar minha coreografia do balé. Eu nunca vou esquecer o silêncio duradouro que partilhamos juntos quando o filme acabou. Nada é mais valioso que ter livros na minha estante que lembram seus traços, e que comentávamos como a palma de nossas mãos. Obrigada por não me deixar nunca esquecer da educadora que eu quero ser.

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